Tema:
Globalização e Desigualdades
Delimitação
do Tema: Consumo x Sustentabilidade
Objetivo
Geral: Compreender o processo de consumo dentro da
sociedade capitalista, com as desigualdades existentes entre países e pessoas,
ressaltando a importância de práticas sustentáveis em meio ao processo de
consumo.
Sugestão:
Discutir
com os alunos a partir da poesia eu etiqueta de Carlos Drummond de Andrade a
problemática do consumo, relacionar a questão das “marcas” o consumo exacerbado
que temos nos dias atuais e como podemos reverter esse comportamento para uma
prática sustentável e cidadã com o nosso planeta.
Sugestão:
Cada
aluno terá que enumerar quantas marcas diferentes que este carrega no seu corpo
(desde roupas até os sapatos etc...) e depois elaborar uma pesquisa investigando
quais os recursos da natureza foram utilizados para produzir o que ele está
utilizando e qual o destino dos resíduos da produção.
Sugestão:
Solicitar
que os mesmos, após suas pesquisas, elaborem projetos sustentáveis a partir de
sua realidade, do seu próprio “Eu etiqueta” como os mesmo podem contribuir para
agredir menos a natureza, com base na sua realidade.
Sugestão:
Que
os projetos sejam expostos pela escola numa feira aberta para toda a comunidade
e que as ideias sustentáveis alcancem a todos.
Eu, etiqueta
Em minha calça está grudado um
nome
Que não é meu de batismo ou de
cartório
Um nome... estranho
Meu blusão traz lembrete de
bebida
Que jamais pus na boca, nessa
vida,
Em minha camiseta, a marca de
cigarro
Que não fumo, até hoje não
fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa
idade.
Meu lenço, meu relógio, meu
chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e
pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e
sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos
sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio
itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que
a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de
ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim
mesmo,
Ser pensante sentinte e
solitário
Com outros seres diversos e
conscientes
De sua humana, invencível
condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em
qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio
contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas
piscinas,
E bem à vista exibo esta
etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma
essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a
compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de
escolher,
Minhas idiossincrasias tão
pessoais,
Tão minhas que no rosto se
espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de
outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão
orgulhoso
De ser não eu, mar artigo
industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de
homem.
Meu nome noco é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
(Carlos Drummond de Andrade)
Consumo consciente é planeta
sustentável!!!
Sugestões de aula para o 8° ano do
Ensino Fundamental
Daniel Barcelos
Marta Regina Barros Mota
Nathália Rodrigues Dias Candido
Graduandos do Curso de Licenciatura em Geografia 8°
período IFF-Campos
Muito boa ideia! Há uma outra poesia de Drummond que também pode ser trabalhada. Chama-se: "Igual-desigual". O texto fala da massificação, mas também fala da singularidade de cada ser humano.
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