terça-feira, 22 de outubro de 2013

Os comportamentos nos espaços escolares - RAQUEL BASTOS

A partir de certo momento do dia, no mínimo cinco vezes a semana, alguns jovens – alunos – levantam cedo para ir à escola, outros estudam a tarde e acabam aproveitando mais uma horinha de sono. Alguns desses encontram-se na caminhada até a escola e há os que preferem ir sozinhos ou fazem questão de esperar o colega no portão de entrada – no lado de fora – do destino de todos os dias. Essa pré-chegada a escola faz parte da rotina de muita gente, tanto os alunos quanto os professores e funcionários da mesma.
 Antes mesmo do portão se abrir, os funcionários fazem questão de deixar tudo organizado e limpo para tocarem o sinal e iniciar mais um dia, enquanto isso, do outro lado já se vê um aglomerado de estudantes chegando ao seu destino. Eis que o sinal toca, o portão abre, os alunos entram, e o sossego... O que é o sossego? Ninguém mais sabe o que é quando aquele grande portão de metal azul se abre. Parece que passarmos por uma linha imaginária entre aquele portão e o trânsito da BR 101 lá fora, o alvoroço é outro e as pessoas são outras. Enquanto não toca o segundo sinal – refere-se à entrada na sala de aula propriamente dita – a menina do 9º ano ta de papo com o menino mais velho de outra sala, os grupinhos se juntam e os mais novos vão jogar bola enquanto as meninas ficam passando maquiagem uma na outra. Depois que toca o segundo sinal, todos ficam ansiosos para que o quinto sinal toque – referente ao intervalo – para poder encontrar colegas de outras turmas, paquerarem, ir ao laboratório de informática. Há o laboratório de informática é algo totalmente fora de série, para os mais velhos não tem mais graça ao contrário dos mais novos que se acham o máximo quando estão lá.

 O Laboratório de Informática é monitorado por um aluno do Ensino Médio (o qual as meninas do 6º ano acham um gato) e todos podem ter acesso desde que esteja no intervalo ou com aula vaga (quando falta algum professor). Quando o quinto sinal toca os pequenos saem desesperados para o laboratório, pois quem chega primeiro leva vantagens enquanto os outros fazem filas na porta da sala esperando a sua vez de entrar.
 Alguns meninos puxam a atenção toda para eles, fazem graça para as meninas e às vezes até as deixam entrar na sua vez. Agora, o que tanto eles fazem nesse laboratório? O laboratório é um refúgio dos alunos onde não há professores, é o único lugar onde de fato só tem alunos. Além disso, é importante destacar que mesmo estando na era informacional essa escola, esse laboratório especificamente, não tem sequer uma rede de acesso online. Quem consegue imaginar um computador sem internet?
A maioria desses alunos não querem o acesso a internet, até por que isso eles tem no celular. Eles querem é ter um lugar só deles, e se apropriam de tal forma daquele espaço que é fácil ver como o “paint” vira “facebok” em questões de segundo. Quando acaba o seu tempo no laboratório, aquele aluno que estava tímido ao lado das meninas volta a ser o “temido” da escola, deixando professores e funcionários de pernas pro ar.         

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