terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Dislexia


A dislexia pode ser definida, resumidamente, como “[...] um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área de leitura, escrita e soletração, causado por desmotivação, condição socioeconômica e baixa inteligência” (SOUZA, 2008, p. 68).
Porém, ainda é possível definir uma conceituação mais completa e abrangente do que vem a ser dislexia.
Conforme cita Souza, dislexia vem a ser “[...] uma dificuldade que ocorre no processo de leitura, escrita, soletração e ortografia. [...] Torna-se evidente na época da alfabetização, embora alguns sintomas já estejam presentes em fases anteriores” (IANHEZ; NICO, 2002, p. 21-22 apud SOUZA, 2008, p. 68).
Além disso, a dislexia é um distúrbio caracterizado como hereditário, ocorrendo com maior frequência em meninos (IANHEZ; NICO, 2002, p. 21-22 apud SOUZA, 2008, p. 68).
Esse distúrbio ataca cerca de 15% da população mundial, possuindo como principais sintomas: desatenção e dispersão, problemas relacionados à memória de curto prazo, confusão entre direita e esquerda, sendo que, no aluno, a dislexia afeta a leitura, fazenda com que esta seja lenta e sem fluência, destitui esse aluno de coordenação motora e inabilidade na Matemática (SOUZA, 2008, p. 68-69).
A explicação para o distúrbio da dislexia possui duas vertentes: uma delas voltada para as Ciências da Saúde, “[...] que geralmente tomam esses fatos linguísticos como sintomas de uma patologia ligada ao funcionamento neurobiológico e/ou neuropsicológico” (MASSI, 2011, p. 403); e a outra direcionada às Ciências Humanas, as quais entendem que “[...] o mau desempenho do aprendiz é justificado pelas condições restritas de letramento de sua família e professores, pelos métodos de alfabetização, dentre outros” (MASSI, 2011, p. 404).
O tratamento desse tipo de distúrbio muitas vezes é realizado com uma equipe de profissionais especializados no assunto. Essa equipe geralmente é formada por psicopedagogos, psicólogos, pedagogos, fonoaudiólogos (Associação Brasileira de Dislexia – ABD).
“Quando a dislexia é diagnóstica e tratada precocemente, os impactos emocionais e comportamentais são evitados e a criança consegue suprir suas dificuldades e prosseguir no processo de alfabetização” (SILVA, 2009, p. 473).

Segundo expõe a fonoaudióloga Sther Soares Lopes da Silva, para que a intervenção a dislexia, isto é, o tratamento do distúrbio, seja bem sucedido, é preciso que a criança seja avaliada, e tratada, por um grupo de especialistas de distintas áreas. Esse tratamento caracteriza-se por ser multidisciplinar (distintas áreas atuando paralelamente com o intuito de solucionar um problema), abrangendo profissionais como neurologistas, fonoaudiólogos, psicopedagogos, otorrinolaringologistas, dentre outros (SILVA, 2009, p. 474).

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISLEXIA (ABD). Disponível em: <http://www.dislexia.org.br/>. São Paulo. Acesso em: 15 fev. 2014, 13h 44min.

MASSI, Giselle; SANTANA, Ana Paula de Oliveira. A desconstrução do conceito de dislexia: conflito entre verdades. Paidéia, Ribeirão Preto: v. 21, n. 50, p. 403-411, set/dez. 2011.

SILVA, Sther Soares Lopes da. Conhecendo a dislexia e a importância da equipe interdisciplinar no processo de diagnóstico. Revista Psicopedagogia, São Paulo: v. 26, n. 81, p. 470-475, 2009.

SOUZA, Inamar Ribeiro de. Dislexia: o que é? Tem cura?. O caso é o seguinte..., Belo Horizonte: v. 1, n. 1, p. 67-69, jan/jun. 2008.

COMO PREPARAR UMA AVALIAÇÃO PARA ALUNOS DISLÉXICOS?


Uma das maiores dificuldades para nós, professores, é saber como preparar uma avaliação para alunos disléxicos, já que este momento costuma ser de tensão para os portadores de dislexia. Aqui neste blog, disponibilizamos algumas dicas de como preparar a avaliação escrita, são elas:
  • utilizar uma única fonte, simples, em toda a prova (preferencialmente “Arial 11” ou Times New Roman 12), evitando-se misturas de fontes e de tamanhos, sobretudo as manuscritas, as itálicas e as rebuscadas;
  • formular as questões de modo claro e objetivo com termos conhecidos e com ênfase no uso do raciocínio e não da simples memorização;
  • evitar utilizar somente textos na prova. Utilize figuras, fotos, ícones ou imagens, tomando cuidado para que haja exata correspondência entre o texto escrito e a imagem sempre evitando o uso de letras com “fontes” diferentes;
  • oferecer uma folha de prova limpa, sem rasuras, sem riscos ou sinais que possam confundi-lo;
  • elaborar enunciados com textos curtos, com linguagem objetiva e direta, evitando uso de duplo sentido, além disso, trate de um só assunto em cada questão;
  • ler a prova em voz alta e, antes de iniciá-la, a fim de verificar se os alunos entenderam o que foi perguntado, se compreenderam o que se espera que seja feito (o que e como). 



As avaliações orais são, na maioria das vezes, preferidas pelos professores para avaliar alunos disléxicos. Então seguem algumas dicas para elaborar avaliações orais:
  • Estabeleça um tom de conversa com seu aluno, dando-lhe sempre oportunidades para que possa dizer o que pensa sobre as questões;
  • Faça as perguntas utilizando uma linguagem clara e objetiva, e avalie como o aluno raciocina ou argumenta para elaborar a resposta;
  • Use frases simples, curtas e concisas ao passar instruções;
  • Permita consultas ao material de apoio das aulas;
  • Não o apresse durante a resposta, deixe-o elaborar a resposta com calma para que ele não fique nervoso.


Referências:
FRANCO, Elza de. Dicas para professores na avaliação de alunos disléxicos ou com dificuldades de aprendizagem. Disponível em: <http://fonoaudiologiablog.blogspot.com.br/2012/11/dicas-para-professores-na-avaliacao-de.html>. Acesso em: 17 fev. 2014.

ORIENTAÇÕES PARA OS PROFESSORES DE ALUNOS DISLÉXICOS. Disponível em: <http://devotuporanga.edunet.sp.gov.br/OFICINA/Educa%C3%A7%C3%A3oEspecial_orienta%C3%A7%C3%B5es_alunos_disl%C3%A9xicos_19abril_2012.pdf>. Acesso em: 14 fev. 2014.

Dislexia: o dia-a-dia da sala de aula












Ao identificar um aluno disléxico em sua sala de aula, algumas mudanças devem ser feitas quanto a sua didática.

A seguir listaremos algumas dicas para que você saiba como lidar com essa nova situação:









  •       Sempre divida sua aula: tenha um espaço para exposição, seguido de uma “discussão” sobre o assunto e depois faça uma síntese ou aplique um jogo pedagógico.
  •    Use uma linguagem direta, clara e objetiva quando falar com o aluno disléxico, pois muitos deles têm dificuldade para compreender uma linguagem muito sofisticada.
  •    Fale sempre olhando diretamente para ele. Isso enriquece e favorece a comunicação.
  •   Verifique sempre, mas discretamente se ele demonstra estar entendendo a sua exposição. Observe se ele tem dúvidas a respeito do que está sendo objeto da sua aula; se ele consegue entender o fundamento, a essência, do conhecimento que está sendo tratado. Ele está acompanhando o raciocínio, a explicação, os fatos? Repita sempre que preciso e apresente outros exemplos, se for necessário.
  •    Nunca apague a lousa sem antes observar, sempre discretamente, se ele fez as anotações corretamente. O aluno disléxico vai ter um ritmo diferente dos não-disléxicos, portanto, evite submetê-lo a pressões de tempo ou competição com os colegas.
  •    Não lhe peça para fazer coisas na frente dos colegas, que o deixem na berlinda: principalmente ler em voz alta.
  •    É equivocado insistir em exercícios de “fixação“: repetitivos e numerosos, isto não diminui sua dificuldade.
  • Os enunciados devem ser claros, curtos, com letras bem legíveis e espaços adequados entre as palavras. Se necessário as instruções deverão ser completadas com informação oral. As perguntas são feitas para aferir compreensão e conhecimentos de fatos, associações, ideias, etc.
  •  Não indique livros apenas para leituras paralelas. Dê preferência a outras experiências que possam contribuir para o alcance dos objetivos previstos: assistir a um filme, a um documentário, a uma peça de teatro, visitar um museu, um laboratório, uma instituição, empresa ou assemelhado, recorrer a versões em quadrinhos, em animações, em programas de informática;


Você como professor(a), deve estar ciente que todos os alunos em sua sala de aula são diferentes e aprendem de forma diferente. Há aqueles alunos que por imaturidade precisam de mais tempo para aprender, outros possuem dificuldades que são específicas de conhecimentos e outros que por razões adversas não se aplicam e não estudam, embora tenham plena condição para isto. Assim, deve-se sempre ter em mente que usar de certas mudanças para melhorar a forma de aprender do aluno vai ser uma prática sempre presente na vida de um professor. Os alunos disléxicos, por motivo algum, devem ficar em classe separada. Eles tem muito a oferecer para os colegas de classe e muito a aprender com eles e essa troca é muito importante no desenvolvimento de várias competências e habilidades que faz crescer a amizade, a cooperação e a principalmente a solidariedade.
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Distúrbio de aprendizagem: conhecendo um pouco mais o assunto

O que é distúrbio de aprendizagem?

            É um transtorno no processo cognitivo e no desenvolvimento de habilidades neuropsicomotoras, mesmo quando há recursos favoráveis para a aquisição de conhecimentos. Qualquer dificuldade ou limitação de aprendizado não é diagnóstico de distúrbio, posto que pode estar relacionado às consequências econômicas, sociais e educacionais que impedem o indivíduo de ter acesso às oportunidades de aprender, isto é, às condições de aprendizagem.
        Presume-se que tais transtornos são devidos a uma disfunção do sistema nervoso central resultando de fatores como diferenças anatômicas, genéticas, atraso neuromaturacional, desequilíbrio neuroquímico ou metabólico e severa deficiência nutricional (HARRIS e HODGES, 1995 apud ZORZI, 2004)

            Deste modo, os distúrbios de aprendizagem comprometem a habilidade do indivíduo de assimilar, processar, analisar ou correlacionar informações. 

O que não é distúrbio?

            Distúrbio de aprendizagem não é a mesma coisa que deficiência física, retardo mental, são dificuldades de aptidão na leitura, escrita e limitação para aprender ou resolver problemas matemáticos.

Exemplos de Distúrbios de aprendizagem:

Hiperatividade
• Alexia
• Dislexia
• Agrafia
• Disgrafia
• Discaligrafia

• Discalculia
• Discalculia gráfica
• Distúbios na expressão e no pensamento:
• Distúrbio Cerebral Mínimo


Como identificá-los?

A criança para ser diagnosticada com distúrbio de aprendizagem deve ter dificuldades significativas e que persistem no que diz respeito às habilidades básicas de leitura, escrita e aritmética.

Tais como, segundo Jaime Luiz Zorzi (2004):

Fase pré-escolar

• Começa a falar mais tarde do que a maioria das crianças
• Tem dificuldades para encontrar as palavras apropriadas em situação de conversação
• Tem dificuldades para nomear rapidamente palavras de uma determinada categoria
• Apresenta dificuldades com rimas
• Tem problemas para aprender o alfabeto, dias da semana, cores, forma e números
• É extremamente agitada e facilmente se distrai
• Apresenta dificuldades para seguir ordens e rotinas


Fase escolar inicial

• Demora para aprender as relações entre letras e sons
• Apresenta dificuldades para sintetizar os sons e formar palavras
• Comete erros consistentes de leitura e de ortografia
• Tem dificuldades para relembrar sequências e para dizer as horas
• Apresenta lentidão para aprender novas habilidades
• Tem dificuldades em termos de planejamento



Fase escolar – séries mais avançadas 

• Apresenta lentidão para aprender prefixos, sufixos, rota lexical e outras estratégias de leitura
• Evita leitura em voz alta
• Dificuldades com os enunciados de problemas em matemática 
  • Soletra a mesma palavra de modos diferentes

• Evita tarefas envolvendo leitura e escrita
• Tem dificuldades para lembrar ou compreender o que foi lido
• Trabalha lentamente
• Tem dificuldades para compreender e/ou generalizar conceitos
• Apresenta confusões em termos de endereços e informações 


Para saber mais:




Livro Distúrbios de aprendizagem: proposta de avaliação interdisciplinar  organizadora SYlvia Maria Ciasca

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Distúrbios de aprendizagem na visão de uma Professora

A aluna Fernanda Morisson entrevista a professora Sirley Brandão, funcionária do Instituto Federal Fluminense, que conta com cerca de quarenta anos de experiência docente e atualmente é coordenadora do NAPNEE (Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Especiais) do já referido instituto.

Você já deu aula para algum aluno com distúrbios de aprendizagem diagnosticado?
Sim.  A pessoa estava no segundo grau e tinha discalculia.

 Você já chegou a identificar um distúrbio em algum aluno que ainda não tinha sido diagnosticado?
Sim, pelo jeito, porque ele tinha dificuldade.

O aluno a que você se refere é o mesmo da pergunta anterior?
Sim. Eu percebi o distúrbio, e quando perguntei à coordenação me disseram que realmente era o caso. Quando percebi isso, comecei a pesquisar, para ver como eu poderia agir com esse aluno. Aí pesquisei na internet, li até uma monografia que uma pessoa fez sobre o assunto e vi qual era o procedimento, que era o mesmo que eu já estava fazendo.

            Como era o aluno e como ele se comportava?
Quieto, só falava “Ah, não consigo entender isso!”. Ele queria entender, mas não conseguia. Ele falava quando não conseguia entender, aí a gente sentava perto dele, lia o enunciado e explicava passo a passo, aí ele conseguia chegar à conclusão. Ele estava interessado, mas não conseguia aprender.

 Quais dificuldades ele apresentava?
A única dificuldade dele era na hora de resolver problemas, de, por exemplo, associar números, fazer correspondências... Nas outras disciplinas ele não apresentava dificuldades. O que facilitava era ir lendo para ele as questões que precisavam de cálculo, porque ler pausadamente facilita.



O aluno tinha tratamento diferenciado?
Não, não era diferenciado. Comigo, como eu dava aula de matemática e de física, eu procurava sempre fazer de maneira diferente.

Por conta própria?
É, por conta própria. Geralmente, quando o aluno tem discalculia, ele também tem disgrafia ou outro distúrbio, mas isso não é tão percebido. Ele consegue driblar as outras dificuldades, mas a do cálculo fica evidente.

            Qual era sua relação com o aluno?
Era uma relação próxima.

            A instituição fornecia algum apoio/orientação? Existia alguma forma de acompanhamento?
Não, nenhuma orientação nem suporte. Mas toda pessoa que tem um tipo de transtorno deveria ser acompanhada por um psicopedagogo.

Havia alguma adaptação às suas necessidades?
Quando você vai dar uma questão para uma pessoa com distúrbio você tem que ser bem objetivo, fazer questões bem objetivas. Não adianta ficar floreando, como nas questões que você tem uma introdução, um texto para depois perguntar. Você tem que ser bem objetivo na pergunta. Eu fazia o seguinte: era a mesma matéria, tinha que responder do mesmo jeito, só era que perguntado de maneira diferente. Agora, uma coisa muito importante é aumentar autoestima dele, porque ele acha que nunca vai aprender. Eu sempre dizia “você é capaz, é inteligente, vai conseguir”, porque ele se achava inferior em relação aos outros, porque os outros faziam rapidinho os cálculos e ele não, então você tem que mostrar à ele que ele é capaz, e às vezes ele tem um grau de inteligência grande, um QI alto, só que tem esse distúrbio na área de exatas.


              Como era o aproveitamento escolar desses alunos em relação aos colegas de classe?
Era bom, porque nas outras disciplinas ele era bom, e só nessas disciplinas de cálculo que ele tinha dificuldade. Aí eu comecei a observar e a partir daí, com essas coisas e fazendo esse trabalho, ele conseguiu.

              Então no início ele tinha notas baixas em matemática e física?
Bem baixas. Se eu entregasse a prova a ele e não falasse nada ele entregava a prova em branco. Ele pegava a prova e falava assim: “eu não vou conseguir”. Aí eu dizia “não, você consegue”! Aí eu sentava do lado dele e lia a prova porque outra coisa interessante é o tutor, ter uma pessoa do lado, um monitor quando tem dificuldade.


 Como você vê essa questão dos distúrbios de aprendizagem?
Eu acho que primeiro, o aluno tem que vir com o diagnóstico e depois você tem que mostrar para o professor o que tem que ser feito, porque o professor muitas vezes não tem o conhecimento sobre o que tem que fazer. Então, primeiro, os pais tem que levar o diagnóstico, porque tem que ter diagnóstico. E depois, a instituição deve encaminhar para um atendimento especializado, dar uma orientação para o professor, o que é o mais importante, porque a grande relação do aluno vai ser com o professor. Mas é fundamental a questão da autoestima.

Você acha que o professor tem suporte para lidar com essa realidade?
A instituição tem que ter um suporte, como um psicopedagogo, mesmo que o aluno já seja diagnosticado, e este suporte deve estar ali para ajudar o professor dando orientações sobre o que ele tem que fazer, mostrando a maneira mais prática e eficiente de lidar com o aluno.

Você acha que os professores estão preparados para essa realidade?
Hoje, na formação do professor ele tá aprendendo sobre isso, e o professor tem que se aprofundar, não tem jeito, porque na faculdade eles dão uma pincelada “olha, existe isso, isso e isso assim”, mas quando você encara a realidade e encontra com o aluno, é aí que tem que procurar qual é o caminho que tem que ser seguido.

            Considera que a mentalidade acerca do tratamento desses alunos tem mudado?
A mentalidade tem mudado bastante. Antes, eles achavam o seguinte: “esse aí vamos deixar de lado porque ele é retardado, ele não vai chegar a lugar nenhum”. Agora não, eles procuram saber o que está acontecendo para poder trabalhar em cima disso.


            O que você acha que um professor pode conseguir realizar em sala de aula para ajudar um aluno com distúrbios? Quais seriam os limites para a atuação do professor?
Primeiro você tem que conhecer o aluno e aí o que acontece é que é muito difícil em uma sala grande, mas você percebe quando um comportamento é diferente dos demais, porque ele quer aprender e não consegue, alguma coisa está dificultando essa aprendizagem. Então eu acho que o professor tem que fazer aí é descobrir que o aluno tem essa particularidade e ajudar e, contribuir para ele se desenvolver. Ele tem que adaptar a avaliação e se adaptar à dificuldade do aluno, o que geralmente não é feito.  Então, o professor tem que ter boa vontade e o suporte.


Entrevista elaborada pelas alunas Dayana Paes de Araujo, Fernanda Christina de A. G. Morisson, Luma Silva Souza e Mírian Belarmindo do oitavo período de Geografia.




quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Entrevista com uma Professora da rede municipal de ensino de Campos dos Goytacazes

 1 - Quais as principais disfunções de aprendizagem encontradas nos alunos?
Alguns alunos tem muita dificuldade de atenção, outros não conseguem abstrair, só aprendem com o concreto. Esses alunos não tem laudo, mas a gente percebe que ocorre com eles algum tipo de distúrbio de aprendizagem.

 2 - Os professores recebem algum tipo de preparo para lidar com esse aluno?
Às vezes a prefeitura dá curso. A sala de recurso da escola só atende os alunos especiais, com laudo, os alunos que têm algum tipo de distúrbio de aprendizagem, não têm laudo, então não podem ter acesso à sala de recurso.
 3 - A escola dá suporte para esse aluno?
A escola antes tinha um projeto, onde as crianças que estavam com idade aquém da série, tinham uma aula de reforço própria para eles, muitos não sabiam ler ainda.

4 - O aluno com disfunção de aprendizagem se sente inferior quando não consegue entender o conteúdo como os demais colegas?
O aluno com distúrbio, por não conseguir aprender como os demais, muitas vezes faz muita bagunça, porque é uma forma de chamar a atenção, já que ele não consegue se sobressair aprendendo o conteúdo.



Obs.: A entrevistada preferiu não ter sua identidade divulgada.

Grupo responsável pela entrevista:
Maria Cecília Soares Cruz, Zilda Helena Siqueira Sá, Álvaro Alves, Israel Carvalho e Henrique Batista

Entrevista com o professor de Geografia sobre Distúrbio de Aprendizagem

   1 - Qual a reação de um professor, quando recebe um aluno com algum tipo de disfunção de aprendizagem?

A primeira reação é de preocupação. É sempre um desafio lidar com as limitações de um aluno. Principalmente, encontrar um ponto de partida através destas limitações para conduzir o seu desenvolvimento.

2 - A escola que você leciona oferece condições para este aluno?
Infelizmente não. As escolas públicas geralmente incluem os alunos com disfunção somente no diário escolar e transferem pros professores, na maioria despreparados para lidar com eles, a responsabilidade de incluí-los de fato.


3 - Os alunos recebem bem este coleguinha, existe algum tipo de preconceito?
O preconceito existe sim. Mas quando o professor conduz o preconceito de forma inteligente, pode fazer com que os alunos “normais” se tornem agentes no processo de aprendizagem dos alunos com disfunção de aprendizagem, o que facilita muito a relação entre eles.

4 E se a escola não oferecer condições o que você faz com este aluno e mais a turma, para dar andamento à aula?
Não é uma tarefa fácil. O aluno com disfunção exige mais recursos didáticos e tem um tempo diferenciado para atingir os objetivos. Muitas vezes me sinto frustrado quando percebo que isso não aconteceu. Por outro lado, me sinto estimulado a procurar novas maneiras de conduzi-lo ao aprendizado.

Obs.: O entrevistado preferiu não ter sua identidade divulgada.

Grupo responsável pela entrevista:
Maria Cecília Soares Cruz, Zilda Helena Siqueira Sá, Álvaro Alves, Israel Carvalho e Henrique Batista

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Construção de maquetes com alunos portadores TDAH: uma proposta de recurso didático

 Construção de maquetes com alunos portadores TDAH:
 uma proposta de recurso didático
(Por Matheus Fernandes Verdan e Priscila Gonçalves Caetano / 8º Período: 2013.2)







                 
Em nossa atividade docente, precisamos saber que cada aluno traz consigo características que os distinguem dos demais e que, de certa maneira, em maior ou menor grau, interferem em seu processo de aquisição de conhecimento, seja a facilitá-lo ou a lhe impor algumas dificuldades que se adequadamente assistidas por profissionais qualificados podem não comprometer o processo de aprendizagem do educando.

Algumas dessas características estão enquadradas dentro de um
perfil de comportamento mais abrangente: os Distúrbios de Aprendizagem. Dentre eles, destacamos aqui o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

      - Quando os professores podem detectar que seus alunos têm traços de TDAH ?
                       
v 
rápida distração, perda de foco na realização de tarefas que necessitem de concentração;


                                          evitar
 
 


              palestras extensas e aulas expositivas

- O que o professor deve fazer quando perceber alguns desses sintomas?

O professor que porventura identifique o TDAH em algum de seus alunos deve conversar sobre o caso com a coordenação pedagógica e com a família. Caso o distúrbio seja diagnosticado por um médico especialista e psicólogo, o professor deve adotar em suas aulas práticas que facilitem a aquisição de conhecimento por esse aluno através da aprendizagem participativa e lúdica!


No caso das aulas de Geografia, o professor pode trabalhar com a construção de maquetes, isso porque elas possibilitam...

1) visualização, tendo em vista que os estímulos como cor, forma, dimensão, despertam a atenção dos alunos, sendo um facilitador da aprendizagem;

2) organização de trabalhos em grupo, o qual proporcionará a interação com outros alunos evitando uma eventual dispersão (TAVARES, 2008).

3) Aí também estão incluídas a confecção de mapas táteis, produção de fotos e desenhos


FONTE BIBLIOGRÁFICA:


BUENO, Miriam Rezende; AMARAL, Claudilene do Nascimento. Geografia e inclusão: práticas educativas para alunos desatentos. In: ENCONTRO DE GEÓGRAFOS DA AMÉRICA LATINA (EGAL), 2013. Disponível em: http://www.egal2013.pe/wp-content/uploads/2013/07/Tra_Vin%C3%ADcius-Ramos-da-Silva-Miriam-Rezende-Bueno-laudilene-do.pdf. Acesso em: 11 fev. 2014.

TAVARES, Hermínia Vicente. Apoio pedagógico às crianças com necessidades educacionais especiais DISLEXIA e TDAH. (Monografia). Faculdade de Medicina do ABC, Centro de Referência em Distúrbios de Aprendizagem, 2008. 
 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Cursos de atualização com inscrições até 11/02/2014

Quem deseja fazer um bom curso de atualização, não deve perder a oportunidade.



A Fundação Cecierj, do CEDERJ, está com edital aberto para cursos em diversas áreas da educação.
As inscrições podem ser feitas no site: http://cederj.edu.br/extensao/edital-2014/ até o dia 11/02/2014.
Os cursos são gratuitos.