Em uma cidadezinha lá
no interior do Estado do Rio de Janeiro, cujo seus governantes são tratados no
diminutivo há uma grande escola com diversas pessoas com realidades e cultura muito diferentes umas das outras. Em
uma aula de Geografia do 8º ano a professora havia preparado um trabalho com
eles sobre religião e danças típicas das regiões brasileiras. Três alunos
tinham preparado uma demonstração do Candomblé.
Após as apresentações
dos colegas, eles se preparam para suas interpretações do Candomblé. Um aluno
foi tão convincente na sua apresentação que os outros ficaram com medo dele
estar “possuído”. Ele vendo o medo dos colegas, começou a aterrorizar os demais
nas aulas. A partir desse dia, os colegas se afastaram dele e passaram a
excluí-lo das atividades em grupo.
Com isso, podemos
aprender que apesar de ser uma brincadeira simulando uma religião tradicional
da região do nosso país, o preconceito e a desinformação da religião, trouxe
efeitos negativos na vida do aluno, assim como acontece com os adeptos do
Candomblé.
Pode-se dizer que historicamente a escola brasileira tem dificuldades em ligar com a diversidade étnica e cultural. Ao invés dessas diferenças serem vistas como oportunidades para enriquecer e produzir conhecimento dentro de sala de aula a partir de diferentes estratégias, elas tornaram-se problemas. Cabe ao professor ter claros os objetivos e resultados que pretende alcançar com uma atividade que garanta que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades de respeito e aprendizado. A diversidade não pode ser encarado como um problema para o sistema educacional e para o processo de ensino-aprendizagem. Visto que, segundo Morin (2001), a escola é um local formado por uma população com diversos grupos étnicos, com seus costumes e suas crenças. O autor afirma ainda que cada cultura possui seus valores, ideias, regras, mitos, proibições, mas que cada cultura é singular e não há culturas superiores ou melhores que outras.
ResponderExcluirO problema maior é que o sistema educacional brasileiro está pautado em uma cultura eurocêntrica (europeia), criando estigmas àquelas culturas que são diferentes ao seu modelo, esquecendo-se da diversidade e origem cultural que o Brasil de hoje é/foi formado. Perrenoud (2000) afirma que para enfrentar o desafio de propor um ensino que respeite a cultura da comunidade, é preciso constatar cada realidade social e cultural com a preocupação de traçar um projeto pedagógico para atender a todos sem exceção. Assim, construindo um sistema educativo e um processo de ensino-aprendizagem mais eficaz e igualitário, só assim será possível a construção de uma sociedade mais justa, igualitária, consciente, crítica.
Referências:
PAIM, Eliane. FRIGÉRIO, Neide. O desafio de trabalhar a diversidade cultural na escola. Nova Venécia, UNIVEM, 2010.
SILVA, Adriana. Diversidade Cultural na Escola: A tarefa por fazer. São Paulo: 2012.