O que é ser professor? Esta é a frequente dúvida dos
licenciandos. Mediador do conhecimento? Condição de trabalho? Valorização da profissão?
Relação docente x discente... Muitos receios !!!!...Desafios!!!!
A escolha da escola para cumprir o componente curricular
previsto no Curso, apresenta-se como um desafio diante às tantas incógnitas no
campo educacional. Feita a escolha, vamos nós para o primeiro dia de mais uma
das etapas práticas do estágio.
Logo na entrada, vejo a modernidade, seja pelo uso de cores,
estrutura física (salas de aula, espaços de interação alunos e professores,
etc.), mas ao entrar, vejo a presença do igual e do tradicional, que apesar dos
recursos tecnológicos disponíveis para o professor, nota-se a mesma prática de
ensino, aulas no formato de palestras, alunos ouvintes, pouca participação.
O dado diferente do tradicional para modernidade é marcado
pelo uso, por parte dos alunos, de celulares e tablets. O espaço de
aprendizagem notado são salas “lacradas”, ou seja, portas e janelas fechadas,
ar condicionado (que frio!!). Tendo como descrição, o foco em manter a atenção
do aluno a “palestra” dos diferentes professores. O foco aprendizagem é voltado
para o resultado positivo em provas do ENEM e de vestibulares. O foco é
preparar o aluno para o sucesso. O foco é ter alunos que possibilitem
resultados positivos, tanto que o aluno reprovado não permanece na escola. Busca-se,
a todo momento, a excelência.
Nota-se a substituição de livros didáticos por apostilas
planejadas e construídas por um sistema de ensino privado. A escola é conteudista
(prepara o estudante para processos seletivos diversos). Professores sem autonomia.
Acessibilidade? O que é isso? Uma escola moderna com uma
estrutura física conservadora, muitas escadas. Fiquei pensando no aluno, no
professor, no estagiário “diferente”, como fariam. Não vi, durante o meu
percurso, a preocupação com diversidade, com a educação e direitos humanos.
Mesmo com limites, o professor “Michael” buscava ser
criativo, provocando os alunos, buscando interação. Utilizando de exemplos
atuais para ministrar o conteúdo estabelecido nas apostilas. Independente das
atividades já estabelecidas na apostila, aplicava outros.
E a coordenação pedagógica geral? Um momento marcante foi
quando ao ser perguntada sobre a existência de uma avaliação institucional, a
coordenadora gaguejou, engasgou, tossiu, ( o momento me preocupou em pensar que
não sabia socorrê-la rs...)..., silêncio
presente e a busca de uma resposta que não demonstrasse uma incoerência ou
inconsistência. Uma preocupação com uma exposição negativa da escola para
alguém (eu estagiária) que estava de passagem. Percebendo, confesso, tive
vontade de rir, mas me contive, até porque me coloquei no lugar dela. Foi
quando obtive a resposta que, particularmente, já esperava: “Avaliação
institucional? Existe sim, ela é feita a partir dos resultados dos alunos nas
provas, nos simulados, no ranking nacional”.
Retomo a minha pergunta, o que é ser professor? Qual o papel
da Escola? O que ensinar? E o aprendizado? O conhecimento, de que forma se dá?
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