sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Meu conto

O que é ser professor? Esta é a frequente dúvida dos licenciandos. Mediador do conhecimento? Condição de trabalho? Valorização da profissão? Relação docente x discente... Muitos receios !!!!...Desafios!!!!
A escolha da escola para cumprir o componente curricular previsto no Curso, apresenta-se como um desafio diante às tantas incógnitas no campo educacional. Feita a escolha, vamos nós para o primeiro dia de mais uma das etapas práticas do estágio.
Logo na entrada, vejo a modernidade, seja pelo uso de cores, estrutura física (salas de aula, espaços de interação alunos e professores, etc.), mas ao entrar, vejo a presença do igual e do tradicional, que apesar dos recursos tecnológicos disponíveis para o professor, nota-se a mesma prática de ensino, aulas no formato de palestras, alunos ouvintes, pouca participação.
O dado diferente do tradicional para modernidade é marcado pelo uso, por parte dos alunos, de celulares e tablets. O espaço de aprendizagem notado são salas “lacradas”, ou seja, portas e janelas fechadas, ar condicionado (que frio!!). Tendo como descrição, o foco em manter a atenção do aluno a “palestra” dos diferentes professores. O foco aprendizagem é voltado para o resultado positivo em provas do ENEM e de vestibulares. O foco é preparar o aluno para o sucesso. O foco é ter alunos que possibilitem resultados positivos, tanto que o aluno reprovado não permanece na escola. Busca-se, a todo momento, a excelência.
Nota-se a substituição de livros didáticos por apostilas planejadas e construídas por um sistema de ensino privado. A escola é conteudista (prepara o estudante para processos seletivos diversos). Professores sem autonomia.
Acessibilidade? O que é isso? Uma escola moderna com uma estrutura física conservadora, muitas escadas. Fiquei pensando no aluno, no professor, no estagiário “diferente”, como fariam. Não vi, durante o meu percurso, a preocupação com diversidade, com a educação e direitos humanos.
Mesmo com limites, o professor “Michael” buscava ser criativo, provocando os alunos, buscando interação. Utilizando de exemplos atuais para ministrar o conteúdo estabelecido nas apostilas. Independente das atividades já estabelecidas na apostila, aplicava outros.
E a coordenação pedagógica geral? Um momento marcante foi quando ao ser perguntada sobre a existência de uma avaliação institucional, a coordenadora gaguejou, engasgou, tossiu, ( o momento me preocupou em pensar que não sabia socorrê-la  rs...)..., silêncio presente e a busca de uma resposta que não demonstrasse uma incoerência ou inconsistência. Uma preocupação com uma exposição negativa da escola para alguém (eu estagiária) que estava de passagem. Percebendo, confesso, tive vontade de rir, mas me contive, até porque me coloquei no lugar dela. Foi quando obtive a resposta que, particularmente, já esperava: “Avaliação institucional? Existe sim, ela é feita a partir dos resultados dos alunos nas provas, nos simulados, no ranking nacional”.

Retomo a minha pergunta, o que é ser professor? Qual o papel da Escola? O que ensinar? E o aprendizado? O conhecimento, de que forma se dá? 

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